domingo, 19 de julho de 2009

Copa do Mundo: Brasil x África do Sul

Bem, era para eu ter escrito este post no dia em que teve o jogo da seleção brasileira contra a África do Sul, mas acabei não tendo tempo e perdi um pouco do gancho. Sem problemas, a história que eu vou contar é atemporal e ainda dá para usar o argumento da Copa de 2010. A partida narrada hoje também é Brasil X África do Sul, só que o jogo não foi exatamente de futebol. Na escalação do time brasileiro estão: Carol, Zaira e eu. Do outro lado do campo: Lars, Tom e Gavin. Respectivamente.... Campo: Vermont, USA.

Zaira foi a primeira a partir para o ataque (hahahaha! elas vão me matar por eu estar incluindo elas na história). O Tom parecia ser um bom adversário, carinha de morango foi logo apelidado carinhosamente pela torcida de Strawberryboy. Ele era bem fofo e a Zaira já estava ficando miniapaixonada. Só que uma pequena contusão fez com que Tom tivesse que abandonar a partida mais cedo e voltar para sua terra. Na véspera, ele chamou a Zaira para uma pequena conversa num restaurante que tinha na esquina de casa – poxa, me esqueci o nome! Em tom muito sério, Tom (nossa, dava para fazer um trocadilho) disse que teria que terminar com a Zaira, afinal ela não era a mulher da vida dele. Não preciso nem dizer qual foi a reação da Zaira, né? Uma leve vontade de rir, afinal ela nem sabia que em algum momento eles tinham tido alguma coisa. Ele não gostou muito dessa reação e foi embora um pouco magoado com a moça Zaira, que ao chegar em casa nos contou toda a história ainda sem entender muito bem. Neste momento vivi uma das cenas mais engraçadas da minha vida, mas se eu contar a Zaira me mata de verdade!!

Depois disso, foi a vez de Carol entrar em campo. O Lars parecia ser um menino bem bacana e nem tão menino quanto o Tom. Ele mostrou bastante disposição e todo dia aparecia lá em casa para jogar com a Carol. No início (os três primeiros dias) até que foi legal, mas depois começou a ficar meio chato e estranho. Imagine você ficar namorando no sofá de casa, quando na sua casa moram pelo menos mais 14 pessoas enlouquecidas.

Resolvi entrar para o time quando conheci o Gavin, uma criatura com um corte de cabelo... ou melhor, sem corte de cabelo... mas muito gente boa. Fiquei algum tempo conversando com ele, tudo fofo, tudo bonitinho. Ele foi bem bacana no dia em que a Carol perdeu a máquina dela. Um belo dia fomos a uma festa na casa deles... ou melhor, no cativeiro que eles habitavam. Era na verdade uma casinha de uma fazendo a quilômetros de distância da estrada que tivemos que ir andando numa temperatura de vinte graus negativos. Novamente conversamos a noite inteira, ele como sempre bem legal. Até que eles nos convenceu que era melhor dormir por lá e ir embora na manhã do dia seguinte, afinal ainda tinha o perigo de encontrar com ursos no meio do caminho. Arranjei logo um sofá para me acomodar e ele foi carinhosamente deitar do meu lado. Opaaa!! Fez cafuné, carinho no braço e... dormiu!! A criatura dormiu! Vocês não estão entendendo, não rolou nenhum beijo. Fiquei bem p%$# da vida e resolvi fazer o mesmo. Até que no meio da noite, a criatura acordou, escovou os dentes e veio me beijar!! Engraçadinho, bem na hora que eu já estava com bafo! Poucas vezes fiquei tão irritada.

Dois dias depois viajaríamos para Boston para assistir ao show do Lifehouse. Bem romântico, tirando o fato de que eu estava com séria crise de sinusite e com pouca paciência. A Zaira coitada também perdeu a máquina, então, resolvi emprestar a minha e ficar esperando ela enfrentar uma fila surreal para tirar foto com a banda. Coisas de Zaira... Mais uma vez, o Gavin foi bem legal, me fez companhia esperando a Zaira e depois caçando uma farmácia aberta. Mas beijo que é bom naaaaada! Eu já tinha até desistido, fui dormir, era até melhor, com sinusite tudo o que você quer é poder dormir de boca aberta tranqüilamente. No meio da madrugada, a criatura bate no meu quarto e pergunta se pode dormir comigo. Fazer o quê, né? Tem horas que não dá para se fazer de difícil. Tentei salvar a parte romântica da minha viagem. E o que ele fez?? Dormiu!! Dessa vez nem entrou em campo, nem encostou na bola direito, que dirá tentar um chute a gol! Ali se esgotou a minha paciência, se eu pudesse jogava uma bomba na África do Sul. Passei a ignorar completamente a existência daquela criatura.

Um tempo depois, estávamos brincando de verdade ou conseqüência quando descobrimos o grande abismo cultural que existe entre o Brasil e a África do Sul. O menino era virgem, mas assim, virgem meeeesssmo!! Sexo só depois do casamento e ele não conseguia nos entender e achava que no Brasil as pessoas se sentiam obrigadas a fazerem sexo!! É... para que uma partida como essa tenha algum tipo de vitória tem que haver muito entrosamento entre os times, se não acaba assim num placar mais morno do que 0 x 0.

sábado, 4 de julho de 2009

Relembrar é viver mais uma vez...



Já tem um tempo que eu não apreço por aqui. Mas tem acontecido tanta coisa e muitas ainda não consegui digerir o suficiente para transformar em palavras... Enfim, resolvi dar uma pisada no freio e passar um dia em casa arrumando as coisas. Ficar sábado em casa me soa como deixar de viver, por isso resolvi reviver alguns momentos. Era para praticar o desapego e tudo o que consegui foi ficar ainda mais apegada. Tenho repetido constantemente, nos últimos tempos, que tudo passa. E essa sentença tem me machucado um pouco, é verdade. Pois percebi, hoje, que as coisas não passam, elas apenas se solidificam e viram cimento de nós. Por estarem mais sólidas, essas coisas não fervem e incomodam menos, mas elas estão bem ali sempre.


Abri a minha gaveta de recordações, acabei abrindo o coração também! Eu guardo tudo, todos os bilhetinhos que escreveram para mim. Em alguns casos, como o de um ex-namorado, guardo inclusive cópias das cartas que eu mandei para ele, hahaha! Bem, resolvi compartilhar as minhas memórias... E como elas são muito grandes, já adianto que este post será enorme!! Se você já me escreveu qualquer coisa num pedaço de guardanapo, pode acreditar que está guardado. Muito obrigada!!


Minha primeira recordação é de 1986 e não poderia ser de outra pessoa. É uma carta da Naninha, desejando que eu continuasse carinhosa, será que ainda sou? O remetente mais assíduo é um amigo do meu pai, o Roberto Braule. Tem facilmente uns vinte anos que não o vejo, mas todo ano ele me manda um cartão de aniversário. Eles têm conteúdo padrão, mas mesmo assim eu guardo todos como se fossem inéditos. Tenho vários desenhos fofos da Duda e tenho as cartinhas que eu escrevi para ela, estou construindo o arcabouço de lembranças dela também! Todas as cartas da minha mãe têm uma coisa em comum: sempre há um pedido de desculpas por não me escrever tanto como eu gostaria. Ela é assim mesmo... o cartão da minha formatura do colégio, eu que comprei para ela escrever!


Os cartões de aniversário são os melhores! Não há melhor presente do que receber mil elogios sobre a sua pessoa! Te garanto que é melhor do que muito livro de autoajuda. Os mais profundos sem dúvida são os da minha madrinha. Ela sempre escreve com o coração e com verdade!


Relembrar é uma maneira de editar a vida. E a vida com edição é bem mais interessante. Mas estou me sentindo um pouco mal... Eu tenho um grande defeito. Não consigo manter contato por muito tempo com muitas pessoas. Eu acabo não sendo muito atenciosa a longo prazo e vou me distanciando de pessoas que eu queria carregar mais perto de mim por muito tempo. Em 97 recebi uma cartinha da minha amiga Juliana Zurita brigando comigo porque eu esqueci o aniversário dela. Lembro de ter ficado muito mal na época e prometer que nunca mais isso aconteceria. A verdade é que 12 anos se passaram e por 12 vezes eu esqueci de ligar (e olha que neste meio tempo o Orkut foi inventado!!). Estou com muita saudade de algumas pessoas como as dos meus antigos trabalhos, da Carol da escola (autora das cartas mais bem decoradas), da Rachel e da Renata da faculdade, do povo do intercâmbio, da Renata Garcia... tanta gente tão legal!!


Uma coisa me deixou muito feliz, encontrei um cartão do meu aniversário de 15 anos (ou seja 1999) da Cris. Ainda tem outro cartão dela de 2005 na época da festa de um ano da Re-vista! O primeiro era super frio e nem foi confeccionado por ela (para quem não sabe, a Cris é a grande concorrente da Hallmark), o segundo era dizendo que é normal a vida nos levar para rumos diferentes. Cris, dessa vez você errou e a vida nos levou para caminhos muito juntinhos. Não quero e nem vou deixar nada me separar de vocês, V.S.M.L’s. É muito bom guardar lindos cartões que marcam os momentos maravilhosos que sempre vivemos juntas!!


Também estou com muita saudade de todos os meus ex-namorados. Escolhi ótimos escritores, com destaque especial para o Thiago... Será que eles gostaram tanto assim de mim ou foi apenas uma súbita onda criativa que fez com que eles escrevessem tantas coisas? De qualquer forma quero pedir desculpas para alguns por não ter respondido algumas cartas e nem correspondido alguns sentimentos. Para outros quero agradecer pela inspiração que me trouxeram tanto na alegria quanto na dor, a vida sem poesia ficaria muito sem graça.


É tão engraçado ver como os sentimentos se transformam. O tempo vai passando, mas as pessoas sempre ficam de alguma forma. Pensar assim é bem mais confortante do que achar que as pessoas simplesmente vêm e vão. Passei um dia olhando para trás para ver se vejo mais luz na frente. E fiquei com a certeza de que “a estrada vai além do que se vê” (estava em uma das cartas)!