Continuo com a minha saga de estudo e agora, realmente, parece uma saga. Estou lendo e tentando entender - o que é mais difícil - a obra de Foucault. São frases gigantescas com milhares de informações que fazem você reler cada parágrafo umas três vezes para ver se está lendo direitinho. Enfim, me sinto quase uma analfabeta funcional. Eis que em alguns momentos nestes desertos de leitura aparecem coisas magníficas que soam como Oais para o meu pobre e despreparado cérebro.
Um deles fala sobre a tão desejada verdade para o Ocidente e sobre uma coisa que eu sempre pensei: o grande poder da interpretação. (Olha como eu sou chique, compartilho dos mesmos pensamentos que o Foucault). Então vamos ao trechinho extraído da obra "História da Sexualidade I - a vontade de saber":
A verdade não está unicamente no sujeito, que a revelaria pronta e acabada ao confessá-la. Ela se constitui em dupla tarefa: presente, porém incompleta e cega em relação a si própria, naquele que fala, só podendo completar-se naquele que a recolhe. A este incumbe a tarefa de dizer a verdade dessa obscura verdade: é preciso duplicar a revelação da confissão pela decifração daquilo que ela diz. Aquele que escuta não será simplesmente o dono do perdão, o juiz que condena ou isenta: será o dono da verdade. PÁG 76
Nenhum comentário:
Postar um comentário